DOG STORY
31 MAY – 14 APR, 2016 @ ESPAÇO cultural DAS MERCÊS (LISBOA, PT)
SOLO SHOW PART OF "THE SHOP OF GERSAINT" CYCLE W/ ÂNGELA FERREIRA, CATARINA FRAGOSO, ELSA MARQUES, JOÃO FRANCISCO & MIGUEL PACHECO +
About
The motto for this exhibition cycle was the iconic painting L’Enseigne de Gersaint, made by Jean-Antoine Watteau in 1720 for the shop of dealer Edme François Gersaint. Our intention was to establish a contemporary bridge with this pictorial shop, offering different points of view on the idea of collecting, the act of desiring, and the value of art.
In my show, I took as a motto the little dog in the lower corner of the painting, more interested in its tail than in the historical-social symbolism around it. Watteau thus puts human civilization into perspective through a domestic animal that lives with us but whose “history” is necessarily another. The exhibited paintings adopt a language of marks, gestures and signs printed on a surface (canvas, paper), like a dog’s footprints, also present in the adaptation of canine-themed engravings in the public domain. Finally, the satire of the “customs” in Watteau’s painting is reflected in the appropriation of eschatological eroge illustrations (Japanese erotic videogames) and phrases retrieved from a GeoCities page, demonstrating a concern with the Internet’s moral standards.
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O mote para este ciclo de exposições foi a icónica pintura L’Enseigne de Gersaint, realizada por Jean-Antoine Watteau em 1720 para a loja do marchand Edme François Gersaint. Pretendeu-se fazer uma ponte contemporânea com o universo desta loja de vocação pictórica, oferendo diferentes pontos de vista sobre a ideia de colecionar, do acto de desejar, e da ideia do valor da arte.
Na minha exposição, tomei como mote o cãozinho no canto inferior da pintura, mais interessado na sua cauda do que no simbolismo histórico-social à sua volta. Watteau coloca assim em perspetiva a civilização humana, através de um animal doméstico que convive connosco, mas cuja “história” é necessariamente outra. As pinturas aqui expostas adotam uma linguagem de marcas, gestos e sinais impressos numa superfície (tela, papel), como as pegadas de um cão, também presente na adaptação de gravuras com tema canino no domínio público. Finalmente, a sátira dos “costumes” presente na pintura de Watteau reflete-se na apropriação de ilustrações de eroge (videojogos eróticos japoneses) de carácter escatológico e frases recuperadas de uma página do GeoCities, referentes à preocupação com os standards morais da internet.